quarta-feira, 4 de setembro de 2013

HERMENÊUTICA QUEER - BREVE RESUMO
                                                                                                                          Reginaldo Costa Filho (*)


Etimologia da palavra queer;
Origens da hermenêutica queer;
Teoria queer - oficialmente queer theory, é uma teoria surgida nos Estados Unidos em meados da década de 1980 a partir das áreas de estudos gay, lésbicos e feministas fortemente influenciada pela obra deMichel Foucault, tendo alcançado notoriedade a partir de fins do século passado. É uma teoria de gênero que afirma que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de um constructo social e que, portanto, não existem papéis sexuais essencial ou biologicamente inscritos na natureza humana, antes formas socialmente variáveis de desempenhar um ou vários papéis sexuais.
Princípio da corporeidade - o corpo é o lócus fundante da experiência, mas também da compreensão de que na experiência de homens gay o corpo é definido socialmente a partir da sexualidade.
Exemplo de hermenêutica queer – O texto de 1Co 12.12-27 oferece uma porta de entrada para a discussão desse assunto ao tematizar a vivência comunitária.
A teoria dos “pneumatikoi” valorização do espírito e desprezando o corpo.
Corpo concepção de Paulo - Paulo por ser de origem judaica compreende corpo como “unidade indivisível, que abrange o ser humano como um todo”.
Aspectos relevantes:  
1 – Etimologia da palavra queer - GÊNESE – Inicialmente fora uma gíria inglesa, a qual significava literalmente “estranho” e/ou “esquisito”. Tendo sido também sobreposto a palavra inglesa “Queen” (rainha), tendo ficado com um significado atribuído a um homossexual masculino bastante afeminado, pois este seria ao mesmo tempo uma rainha e algo estranho ao mesmo tempo. Outra derivação seria que "queer" derivou da palavra "quare" do Inglês Antigo, que significava "questionado ou desconhecido".
2 – Fundamentos da hermenêutica queer - O sentido está não só nas palavras de um texto, mas também nos silêncios, nos vãos; Percepção do corpo, lugar hermenêutico da realidade apreendida por excelência. Em nossos corpos estão inscritas construções sociais, culturais, religiosas, ideológicas, etc., a qual damos sentido ou validação a determinadas práticas, crenças e costumes.
3 - Metodologia da hermenêutica queer - A proposta é dar um novo significado ao termo, passando a entender queer como uma prática de vida que se coloca contra as normas socialmente aceita. Os teóricos queer se empenham em desenvolver uma crítica ao que se convencionou chamar de “heteronormatividade homofóbica”, defendidas por aqueles que veem o modelo heterossexual como o único correto e saudável.

(*) Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista Brasileira
HERMENÊUTICA FEMINISTA - BREVE RESUMO
                                                                                                                          Reginaldo Costa Filho (*)


Definição de Feminismo – movimento social, filosófico e político que tem como metas direitos igualitários e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero.
Teologia feminista - movimento teológico que surge no mesmo contexto histórico em que outros movimentos estão surgindo, e denunciando várias formas de opressão social, como a própria teologia da libertação na América Latina, movimentos negros, movimentos homossexuais e outros grupos que rompem o silêncio de séculos de opressão, e buscam uma igualdade social.
O que é Hermenêutica Feminista - Segundo a sua própria auto-compreensão, a exegese feminista da Bíblia cristã do primeiro e do Novo Testamento situa-se na interseção de exegese e feminismo. Nesse sentido, “exegese bíblica” significa a interpretação cientifico - histórica e cientifico – literária da Bíblia do âmbito geral da teologia cristã. Essa, por sua vez, é compreendida como uma prestação de contas, em responsabilidade cientifica e relacionada com as experiências do “povo de Deus”, sobre a fé à qual é dedicada a Bíblia como testemunho da (auto) revelação de Deus.
Releitura conscientizadora - A compreensão da Bíblia não se dá por meio de um padrão fixo mítico, mas como protótipo histórico que traz conseqüências profundas na questão da autoridade e da revelação da Bíblia. Conhecer os paradigmas de interpretação ajudará na escolha e na construção dos métodos e caminhos para uma leitura bíblica feminista libertadora.
Novos paradigmas de interpretação hermenêutica bíblica feminista
1 - Métodos corretivos de interpretação;
2 - Métodos históricos-reconstrutivos;
3 - Métodos imaginativos de interpretação; e
4 - Métodos de conscientização.
Metodologias - Uma proposta metodológica que se movimenta, que gira de forma dinâmica. Enquanto a hermenêutica clássica parece um circulo fechado, a interpretação feminista da Bíblia avança movendo-se em espirais e círculos.
Aspectos revelantes:
1 - A Bíblia da Mulher: Em 1995 fazia exatamente cem anos desde que foi publicada, em Nova Iorque, o primeiro volume de uma obra que provocou emoção e indignação: a Womans Bíble (Bíblia da Mulheres). Tanto nos círculos da igreja como da parte do movimento organizado de mulheres, as pessoas procuravam se distanciar desse projeto que parecia a umas como uma obra satânica, a outras como um sectarismo prejudicial aos esforços de emancipação.

2 – Em que consiste? Propostas e Fundamentos:
Afirmando-se essencialmente como uma hermenêutica política de gênero, armada com um arsenal teórico da ‘crítica das ideologias’, a hermenêutica bíblica feminista colocou em questão toda uma tradição de opressão e dominação históricas. Essa nova abordagem visou (des) construir leituras sedimentadas por um processo histórico interpretativo de homogeneização da tradição que foi fundamental na elaboração e manutenção de uma estrutura e sociedade patriarcal.

3 - Reconstruir a história cristã primitiva em perspectiva feminista suscita difíceis problemas hermenêuticos, textuais e históricos.
Exemplo: (Mc 14:9) três discípulos têm papéis destacados da narrativa da paixão no evangelho de Marcos: Dois dos 12, Judas que traiu Jesus e Pedro que o renega, e a mulher anônima que unge Jesus. As histórias de Judas e Pedro estão gravadas na mente dos cristãos, ao passo que a história da mulher está virtualmente esquecida.

(*) Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista Brasileira
HERMENÊUTICA SOCIOLÓGICA - BREVE RESUMO
                                                                                                                          Reginaldo Costa Filho (*)


O cristianismo primitivo e o novo testamento;
A sociologia, ciência da sociedade e de suas instituições;
O pensamento de Comte;
Fase teológica: O homem é impotente diante dos fenômenos naturais, apela para seres sobrenaturais aos quais atribui sua origem. Isto se dá na Idade Antiga.
Fase metafísica: O homem, mais habituado ao manejo da racionalidade, passa a atribuir a causa dos fenômenos naturais a forças da natureza, incontroláveis do ponto de vista prático, mas passíveis de serem pensadas de modo abstrato. Isto ocorre na Idade Média.
Fase positiva: Já presente entre os gregos e que agora reaparece com Galileu e Descartes. O homem abandona a consideração das causas dos fenômenos, que era uma atitude teológica ou metafísica, e põe-se a pesquisar as suas leis, entendidas como relações constantes entre fenômenos.
Aplicação das ciências sociais à Bíblia Hebraica - Com uma” visão evolucionista da religião, defendendo que a cultura e religião semítica tinha passado por uma fase primitiva, matrilinear e totêmica, na comunhão entre os membros de um grupo e seu deus era mantido mediante o sacrifício e consumação do animal totêmico que representava a divindade”. W.Robertson Smith “foi um dos pioneiros na aplicação das ciências sociais a Bíblia Hebraica. Para ele “a pesquisa etnográfica é fundamental para o estudo da religião da cultura.” Max Weber com sua pesquisa também causou outro impacto nos estudos bíblicos. 
 Leitura sócio-antropológica da Bíblia - “Philip R. Davies, exegeta britânico, ao falar dos métodos usados na leitura da Bíblia nas ultimas duas década, sugere que a combinação das abordagens literária e sociológica apresenta hoje o caminho mais promissor para avanço dos estudos da Bíblia. E que essas abordagens examinam não só a literatura e a realidade social de Israel, mas também as forças sociais subjacente a produção da literatura bíblica, onde se distingue a sociedade que está por trás dela”. Na mesma direção sinaliza Norman K Gottwald quando diz que “a leitura sociológica fecha a porta “firme e irrevogavelmente, as ilusões idealista e supernaturalista que ainda impregnam e enfeitiçam nossa perspectiva religiosa”. A leitura sociológica da Bíblia está relacionada especialmente com os métodos histórico - crítico e com a leitura popular.
 
Charles E.Carter observou que o uso das ciências sociais teve um declínio rápido, ele disse que: ”A disciplina foi dominada por um lado por uma abordagem lingüística comparativa, literária e histórica e por outro lado, por uma orientação teológica tipicamente protestante em sua natureza.”
 
A partir daí Gottwald propõe um modelo social para o Israel primitivo afirmando que: ”O Israel primitivo era um agrupamento de povos cananeus rebeldes e dissidentes que lentamente se ajuntavam e se firmavam caracterizando–se por forma anti- estatal de organização social com liderança descentralizada. 

(*) Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista Brasileira
HERMENÊUTICA POPULAR - BREVE RESUMO
                                                                                                                          Reginaldo Costa Filho (*)


Hermenêutica - interpretação do sentido das palavras. É a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. Em sua abrangência trata da teoria da interpretação de sinais, símbolos de uma cultura e leis.
Popular - relativo ou que pertence ao povo, que é usado ou comum entre o povo o vulgar o notório.
A hermenêutica bíblica - Para Severino Croatto, o termo ‘hermenêutica’ indica: a interpretação dos textos, uma pré-compreensão condicionada pelo contexto do leitor, e a possibilidade de crescimento do texto a partir de sua hermenêutica. Na hermenêutica bíblica, textos de longa trajetória de criação e reelaboração exigem elaborada interpretação. Para compreender a hermenêutica, devemos situá-la em seu sentido condicionado e restrito entre os acontecimentos codificados na linguagem, e como uma produção de sentido.
Interpretação hermenêutica popular - sempre pressupõe de uma relação de vida, direta ou indireta com todos os assuntos relacionados no texto. Falamos então, dessa relação vital com o texto, onde buscamos entender a nós mesmos, numa busca de interpretação através do próprio ser. (realidade de vida).
Em que consiste? A hermenêutica popular consiste, numa interpretação, respeitosa ao dito do povo. Sendo assim percebemos, segundo Mesters, que o fundamental, para o povo não é uma leitura bonita, ou cheia de graça, mais sim uma leitura que ao ser feita, transmita para o povo esse sentimento de encontro.
Proposta de uma Hermenêutica Popular - Entendemos que o "povo" desde os primórdios é rejeitado e ignorado, e diante de uma hermenêutica popular devemos não somente mostrar a possibilidades de uma nova re-leitura que vai de encontro as suas dificuldades, não somente no espiritual, mas também no social. Mesters propõe uma hermenêutica feita com a participação popular, onde cada indivíduo tem a sua participação, de maneira que aquele que não entende os escritos bíblicos possa passar a entender dentro do seu próprio contexto social. A sociedade em que vivemos muitas das vezes ignora a sabedoria popular.
Metodologia - o texto não pode ser independente do contexto, e como podem ter diferentes interpretações dele, há necessidade de uma cuidadosa exegese, com uma abordagem histórica-crítica e as interações múltiplas interdisciplinares e inclusivas. Uma interpretação objetiva pode mascarar conjuntos inteiros de pressupostos altamente influentes, envolvendo com lentes tradicionais a Escritura em interpretações errôneas. Quando quadros ideológicos são envolvidos em interpretações bíblicas, formam filtros interpretativos de tradições, moldando-as segundo interesses próprios.

Conclusão e mensagem - este é um tema delicado para a religião cristã, e há controvérsias em suas hierarquias. Oficialmente, as interpretações não tradicionais não são aceitas, porém são usadas por importantes biblistas que nelas enfatizam uma hermenêutica que inclui os marginalizados pela hermenêutica tradicional. Devemos pensar em um ensinamento bíblico que traga essas e outras possibilidades de interpretação, tais como, a apresentação de textos que tratem de relações interpessoais mais autênticas, valorizando a vida e a união, e realizando um trabalho como o de Carlos Mesters que ajude a população DE EXCLUIDOS a se encontrar no texto bíblico como ser humano amado por Cristo Jesus.


(*) Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista Brasileira.




 

QUESTÕES SOBRE CLONAGEM, ÉTICA E ECOLOGIA
                                                                                                                          Reginaldo Costa Filho (*)

REFLEXÃO SOBRE CLONAGEM E ÉTICA?

Desde os tempos em que o homem vivia nas cavernas, ele procurou dominar as forças naturais. As antigas tradições pagãs, como também o Gênesis bíblico, situam-no sempre como o ser dominador, ao descrever a criação, observara que faltava, na natureza, um ser nobre e inteligente, que dominasse a Terra e tudo que foi criado. Este é o ser humano.
Logo, o homem passou a distinguir-se dos demais seres, e como prêmio divino ficou sendo o único ser vivo que pode retificar os rumos da civilização, num sentido ou noutro, isto é, para o bem ou para o mal, e até riscá-lo definitivamente da face do seu habitat, a Terra.
Prepara-se, ainda, o homem para participar da concretização do sonho de substituir-se ao próprio Deus, alterando as leis naturais, quanto à reprodução e a sua perpetuação no Universo, inventando formas inimagináveis e produzindo profunda revolução que abalará os alicerces não só da ciência, mas precipuamente da religião, da ética, da moral e até das Ciências Jurídicas.
Nos últimos anos, nossos ouvidos acostumaram a ouvirem muitas coisas sobre o Projeto Genoma Humano. Afinal de contas, é a descoberta mais recente e uma das mais importantes da ciência moderna, e com certeza vai revolucionar a medicina. Todo mundo ficou tão entusiasmado com ela que não se achavam nem palavras para explicar a emoção. O jeito foi apelar para as comparações. Só para ter uma ideia, o presidente dos Estados Unidos disse que mapear o genoma humano seria como aprender a linguagem com que Deus criou a vida. Exagero? Pode ser, mas foi um trabalho que durou dez anos, custou cerca de 3 bilhões de dólares e teve a participação de aproximadamente 1.000 cientistas de 20 países, além da empresa norte-americana Celera Genomics.
A clonagem humana não é mais mera expectativa, ficção científica ou antecipação do futuro. A ovelha Dolly foi uma realidade. Os cientistas anunciam aos quatro cantos que seres humanos também foram clonados. Nada está comprovado, por enquanto. Isto não significa, porém, que não possa ocorrer a qualquer momento, se já não aconteceu, efetivamente, em algum lugar do mundo. Não sabemos se é fraude ou fantasia de cientistas ou apenas vontade de projeção de feitos ainda não realizados, a verdade é que muitas indagações surgem mundo a fora e que ainda não foram respondidas, quanto às consequências do produto final. Como exemplo pode citar o problema da soja clonada, que é proibida em alguns países devido às incertezas das suas consequências no ser humano.
O homem jamais se aquietará. É de sua natureza a contínua busca, por novas descobertas, daí o progresso. As pesquisas, as experiências e o trabalho científico, que visam aprimorar as condições de vida do homem na Terra, devem ser estimuladas e não barradas, porque o obscurantismo consegue impedir a caminhada do homem, por algum tempo, mas não para todo o sempre, vide os tempos da Idade Medieval ou Idade das Trevas.
Não obstante, o ser racional não pode jamais ceder ao ser sentimental ou apenas animal, pois o homem não é apenas matéria. É também alma e espírito. Deve sempre levar em conta a ética, a moral, a religião e o Direito.
Imagine-se povoar o planeta com seres saídos de laboratórios, atentando contra as leis do Onipotente! Não pode a sociedade ficar alheia a tudo isto. A sociedade tem que participar, debater e entender. O que está por trás, quem financia, quais os interesses dos laboratórios multinacionais? Fala-se em clonagem para cura de doenças, clonagem de seres inteligentes, clonagem de alimentos, clonagem de órgãos, etc.
Afinal, por que fazer ruir a divina sagração de Deus que criou o Homem e, de sua costela, a Mulher e, desta união, nasceram os filhos? 

 
QUAL É A BASE CRISTÃ PARA A ECOLOGIA?

A base cristã para a ecologia, pode ser encontrada nos dois Testamentos da Bíblia, o Novo e o Velho. Os dois apoiam o argumento de que a matéria é boa, e que o mundo natural é semelhante a Deus. A matéria é tanto boa, como criação de Deus, quanto como veículo da encarnação de Deus. Em Cl 2:9, diz “ Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Logo, com um conceito tão alto do mundo natural e da criação material e corpórea, não é difícil basear uma ética sólida para a Ecologia. Por que o homem deve conservar seu mundo? Porque é bom, porque é como Deus, e porque Deus gosta dele e o fez como Ele mesmo.
 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GEISLER, Norman L. Ética Cristã – Alternativas e Questões Contemporâneas. Ed. Vida Nova. www.creioemjesus.com.br, acessado em 06/04/2011.

SZKLAROWSKY, Leon Frejda. Artigo: Ética e Clonagem. Revista Jurídica Consulex 144, 2003. http://jusui.com/artigos/1591. Acessado em 14/04/2011.

Clonagem Humana e Ética. Portal de Conhecimento, Colégio Marista Dom Silvério. 2007. http://www.clonagem ética.blogspot.com. Acessado em 14/04/2011.

(*) Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista  Brasileira